quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Carne de Porco à Alentejana

Embora tenha nascido em Lisboa, sou cem por cento Minhota. Mas adoro o Alentejo e as suas Planícies cheias de paz e tranquilidade. E claro, adoro a cozinha alentejana. A bem dizer, adoro a cozinha portuguesa. Portanto, hoje é dia de Carne de Porco à Alentejana. Quem também adora ponha o dedo no ar.


Ingredientes para o tempero da carne:

- 3 ou 4 dentes de alho picados

- 2 folhas de louro partidas

- 1 colher de chá de colorau

- 1 colher de chá de pasta de pimentão

- 1 piri piri seco desfeito

- azeite (mais ou menos uma chávena de café; ajuda o tempero a aderir à carne)

- vinho branco a gosto, para cobrir a carne


Comece por temperar a carne de porco, já partida aos cubos. Ponha numa taça de vidro de tenha tampa para poder ir ao frigorifico. Faça um molho com os ingredientes todos e misture tudo bem. Não uso sal para temperar, pois desidrata a carne. Cubra a carne com o molho e tape. Leve ao frigorifico por várias horas, de preferência de um dia para o outro.

Porque razão se deve pôr no frigorifico? A carne de porco tem tendência a criar bactérias com facilidade à temperatura ambiente. Como o molho vai ser utilizado, não queremos que fique contaminado. Mesmo fervendo, o ideal mesmo é manter a carne no frigorifico para que as bactérias não se desenvolvam.

Entretanto, lave bem as amêijoas e ponhas-as também numa taça de vidro com água e sal. Reserve no frigorifico.

Uma hora antes de começar a fazer o prato, tire tudo do frigorifico e deixe à temperatura ambiente, para poder controlar melhor os tempos de cozedura.

Faça um refogado com uma cebola grande, bem picada, e azeite. Quando começar a amolecer, junte alguns bocadinhos de alho e de louro que estão na marinada. Ponha em calor brando para não queimar e deixe refogar bem. 

Entretanto descasque as batatas e corte-as aos cubos. Ponha-as em água fria para perderem o amido e ficarem bem soltinhas.

Junte a carne, bem escorrida do molho, ao refogado. Queremos que frite no azeite; não que coza no molho. Quando estiver toda dourada, junte o molho da marinada. Acrescente sal.

Deixe cozinhar uns minutos, dependendo do tamanho dos bocados de carne. Logo que ache que está quase cozinhada, junte as ameijoas bem escorridas. Não deixe cozinhar demasiado a carne, senão fica seca e sem graça. Tape o tacho e deixe as ameijoas abrirem. Quando isto acontecer, retire imediatamente a carne e as ameijoas para uma taça grande. Deixe o molho no tacho e deixe ferver até espessar um pouco e ficar bem apurado.

Entretanto ponhas a batatas a fritar em óleo já bem quente. O ideal é que fiquem logo tostadas e depois fritem.


Numa frigideira, ponha azeite e dois ou três alhos esmagados com casca. Logo que aqueça um pouco, junte grelos ou espinafres (frescos ou congelados). Envolva, e logo que estejam cozinhados, retire do calor. 

Quando o molho estiver no ponto, junte novamente a carne e as ameijoas só para aquecerem. Junte salsa ou coentros picados. 



Na receita original, as batatas fritas são postas num travessa funda e depois por cima põe-se a carne e o molho.

Como eu não gosto das batatas ensopadas, cá em casa sirvo a carne numa travessa à parte. Acompanha com as batatas fritas e os grelos salteados, que combinam lindamente com esta carne.



Se gostar, junte à carne pickles picados e algumas azeitonas.




Se sobrar, guarde numa caixa no frigorifico, por dois ou três dias. Para servir, aqueça num tacho só o tempo de ficar quente para não cozinhar demasiado a carne. Faça novamente batatas, ou se quiser variar, sirva com arroz branco. 



terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Dica do Dia - Usar produtos lácteos

Sabe que quando vai fazer pratos com natas deve sempre usar no refogado margarina e não azeite? Assim está a misturar dois produtos lácteos, tornando os sabores mais harmoniosos.




E use sempre natas simples
. Se vai misturar queijo, faça as suas misturas em casa. Os produtos comprados nunca são tão saborosos e vêm sempre carregados de vários conservantes e ainda sal e açúcares em excesso para intensificar os sabores, o que em nada ajuda a nossa saúde.

Panquecas

Quem é que não gosta de Panquecas ao pequeno almoço ou ao lanche?

Esta é a versão tradicional. Hoje em dia há muitas receitas com outras farinhas ou substitutos para que as panquecas possam ser mais saudáveis, mas para mim, a receita tradicional com farinha de trigo continua a ser a melhor de todas.



Ingredientes:

(se quiser poucas panquecas faça apenas metade da receita)

- 250 g de farinha de trigo

- 300 ml de leite

- 1 colher de sopa de açúcar (amarelo ou branco)

- 70 gr de manteiga derretida (eu ponho numa tacinha e derreto no micro-ondas; bastam                                                                                                                             alguns segundos)

- 2 ovos


Numa taça de vidro misture a farinha e o açúcar. Abra um buraco no meio e ponha os dois ovos, o leite e a manteiga derretida. Vá mexendo e misturando tudo com uma vara de arames até obter um creme espesso.



Pincele com um pouco de óleo uma frigideira anti aderente. Eu gosto de utilizar o Spray de óleo Fula. É muito prático e rende imenso.

Deixe aquecer para um calor médio. Se a temperatura estiver muito alta, a panqueca coze por fora, mas fica crua no interior.

Use uma concha para deitar um pouco de massa na frigideira. Deverá ficar com um disco de massa. Quando começar a ganhar umas bolhinhas, use uma espátula larga para virar a panqueca. Deixe estar uns segundo e retire para um prato.

Ponha mais um pouco de óleo e repita o processo. Tente usar sempre a mesma quantidade para que as panquecas fiquem iguais.

Repita até esgotar toda a massa.

Sirva com mel, gelado, frutos secos ou vermelhos, Nutella, chantilly... o que gostar.





quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Palitos crocantes de Pão

Esta é uma maneira prática e deliciosa de aproveitar pão que já tenha alguns dias. Pode usar qualquer tipo de pão. É óptimo para petiscar ou para acompanhar com queijo ou patê.


Corte o pão aos palitos, ou aos cubos. Ponha tudo numa travessa que possa ir ao forno.

Numa taça ponha uma pitada de sal (atenção que o pão já tem sal), orégãos (pode ser tomilho ou alecrim) e azeite. Misture bem.

Regue o pão com esta mistura e envolva bem para que todo o pão fique temperado. Se for necessário, acrescente mais um pouco de azeite.

Leva ao forno a 220º. Vá mexendo de vez em quando, para que todo o pão fique crocante por igual. 

Deixe no forno até o pão ter a consistência que gosta. Quanto mais tempo estiver no forno, mais crocante fica. Mas atenção, que a partir de certa altura pode ficar demasiado rijo e já não se consegue comer.

Sirva ainda quente. Mas é igualmente muito bom quando já os palitos de pão já estão frios.






Dica do Dia - Sumo e raspa de limão

Quando tiver que usar sumo de limão para temperar um prato, use também a raspa do mesmo fruto. Além de ser igualmente saboroso, poupa na quantidade de limões a usar.




Torne o ralador de casca de limão e o espremedor de limão (na imagem) os seus principais aliados para tirar tudo o que de melhor este fruto tem. Estes são os utensílios mais práticos e mais fáceis de usar.





sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Dica do Dia - Óleos bons e maus para fritar

Os óleos vegetais, de acordo com a sua composição em tipos de ácidos gordos (ou triglicéridos) dividem-se em:

- saturados, normalmente de origem animal, podem contribuir para o aumento do colesterol;
- monoinsaturados ou polinsaturados, de origem vegetal, contribuem para a manutenção dos níveis ideais de colesterol.

No entanto, no que diz respeito à fritura, há outras características a ter em conta, pelo que alguns óleos vegetais são indicados para fritar, mas outros não.




Os óleos de Girassol 🌼, de Milho 🌽 ou de Soja 🌿 não devem ser utilizados para fritar. São óleos polinsaturados que se degradam rapidamente e de uma forma muito complexa a uma temperatura inferior à da fritura. Esta degradação gera substâncias muito tóxicas para a saúde, nomeadamente a nível cardíaco e cancerígeno.

Para fritar, deve usar-se o óleo próprio para fritura (preparado para não sofrer degradação a temperaturas abaixo dos 180º), azeite ou óleo de Amendoim🥜, que são óleos monoinsaturados e por isso mais resistentes às altas temperaturas que a fritura atinge.

Os óleos insaturados, ou de origem vegetal, são, por isso, melhores para a saúde, mas no caso dos que são ricos em ácidos gordos polinsaturados, como os óleos de Girassol 🌼 ou de Milho 🌽, apenas se forem usados frios ou a baixas temperaturas. São por isso ideais para temperar e para fazer molhos como a maionese.

Para fritar prefira o óleo de Amendoim 🥜, cuja degradação só começa a 220º, uma temperatura superior à da fritura. Mantém, por isso, todas as suas boas propriedades ao seu utilizado frio ou em fritos.

Nos refogados prefira, claro, o azeite, a mais saudável de todas as gorduras vegetais.

Portanto, sim, os óleos vegetais são mais saudáveis mas alguns, quando muito quentes, tornam-se, pelo contrário, prejudiciais para a saúde. Atenção, por isso, à escolha dos óleos que usa na cozinha, que devem ser escolhidos de acordo com a sua finalidade, de modo a proteger a saúde de toda a família.

Feijão preto com bacon e linguiça

 Para acompanhar picanha é um complemento indispensável. E é tão fácil de fazer.

Deve ser preparado com uma ou duas horas de antecedência para que fique bem cremoso e com os sabores bem apurados.


Comece por cortar um bocado de bacon e uma ou duas linguiças em bocados pequeninos. Não compre o bacon já partido em pedaços, pois entretanto já perdeu todo o sabor. Compre um pedaço e corte em casa. São apenas dois minutos e faz toda a diferença no sabor final.

Numa tacho, ponha uma cebola média muito bem picadinha e um pouco de azeite. Ponha a refogar. Eu não costumo acrescentar mais nenhum tempero, pois as carnes são tão saborosas que o feijão não necessita de mais nada.

Quando a cebola começar a dourar, acrescente o bacon e a linguiça. Deixe fritar lentamente e muito bem, até ficar praticamente crocante. A meio da fritura deite meio piri piri para que o feijão fique levemente picante. Ponha uma pitada de sal. Pouco, pois as carnes já são muito salgadas.

Abra uma lata de feijão preto.

Eu não gosto muito de usar feijão de lata (prefiro sempre usar a leguminosa), mas tenho que reconhecer que para este prato, o feijão em lata resulta muito melhor, por causa do molho, que aproveito. Sei que nutricionalmente não é o ideal, mas não é uma prato que faça com muita frequência pelo que uma vez não são vezes.

Deite a lata de feijão no tacho, incluindo o molho. Deixe ferver por 20 minutos para apurar bem e o o molho perder a maior parte da água. Prove e rectifique o sal se achar necessário. É um prato que deve ser ligeiramente salgado para ter o máximo de sabor.


Reserve por uma ou duas horas para acabar de apurar e o molho ficar mais espesso e cremoso. 

É excelente para acompanhar picanha que já se encontra hoje em muitos talhos. Atenção que deverá ser da América do Sul. Já comprei picanha portuguesa e não é a mesma coisa. Penso que o clima e o tipo de pastos criam realmente uma carne única e especial.

Cá em casa gostamos de picanha cortada fininha. Deve pôr o sal apenas na altura de grelhar. Para que a carne não perca a sua suculência, deverá ser servida mal passada pelo que, sendo fininha, basta estar na grelha alguns segundos de cada lado, até ganhar cor. Ponha numa travessa e deixe repousar um minuto.

Há quem, pelo contrário, prefira um naco de carne mais alto que depois de cozinhado é fatiado. É tudo uma questão de gosto. Este deve estar na grelha dois a três minutos de cada lado.


Não se esqueça das batatas fritas (receita
aqui). E se quiser o prato bem à brasileira acrescente farofa crocante.

Se sobrar, pode guardar este feijão até no congelador. 

Pessoalmente, adoro comer no dia seguinte com só com ovos escalfados.