Já a minha avó fazia esta receita para o jantar da véspera de Natal, a minha mãe também sempre fez e em minha casa continua a fazer-se. É o prato que sempre antecede o bacalhau, e muitas vezes, nesta noite especial, o meu pai gostava que fosse feito com polvo seco que ele comprava em armazéns da Baixa.
Coza o polvo no tamanho que achar conveniente. Não esquecer que ele perde sempre cerca de um terço de volume.
Há muitas formas para cozinhar bem o polvo de forma a que fique muito tenro. Unânime é que se deve sempre congelar pelo menos durante 24 horas para que as fibras quebrem.
Em minha casa sempre aprendi a pô-lo numa panela com água fria apenas para tapar o polvo ainda congelado. Por isso o polvo deve ser congelado já bem limpo. Acrescente uma cebola grande partida ao meio. Não pôr sal pois o polvo, se for fresco, já tem bastante sal.
Um polvo de dois quilos precisa cerca de uma hora de cozedura. Espete um garfo numa perna para ver se está tenro. Se o deixar cozinhar de mais fica elástico e sem sabor, pelo que deve acompanhar o final da cozedura com algum cuidado.
Deixe-o na água a arrefecer.
Quando faço polvo com este tamanho, em minha casa dá para duas refeições. Uma de pernas cozidas, batata e ovo cozido, tudo regado com azeite e vinagre.
Com o resto do polvo faço então outra refeição: o arroz de polvo.
Faça um refogado com meia cebola. Quando estiver a alourar, junte a cebola da cozedura também picada. Misture tudo e deixe alourar bem. Junte alho picado e uma folha de louro.
Acrescente um pouco da água da cozedura e deixe ferver alguns minutos. Junte o resto da água. Se for preciso para a quantidade de arroz que vai fazer e para que fique malandrinho, acrescente água quente.
Quando ferver, junte o arroz. Deixe cozinhar até começar a abrir e estar quase cozinhado. Junte o polvo partido aos bocados, incluindo a cabeça.
Deixe ferver novamente e junte quatro ou cindo colheres de vinagre. Prove e acrescente mais se achar necessário. Este é o truque para que o sabor fique inigualável.
Ao servir, polvilhe com salsa picada finamente.
A minha família é minhota e sempre fizemos arroz de polvo sem tomate. Aqui mais para o sul, ao refogado costuma acrescentar-se um ou dois tomates pelados e deixa-se cozinhar um pouco para ganhar sabor. Depois de estar desfeito, acrescenta-se um pouco de água e segue-se o resto da receita.
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