segunda-feira, 27 de abril de 2020

Arroz de polvo à moda da mãe e da avó

Já a minha avó fazia esta receita para o jantar da véspera de Natal, a minha mãe também sempre fez e em minha casa continua a fazer-se. É o prato que sempre antecede o bacalhau, e muitas vezes, nesta noite especial, o meu pai gostava que fosse feito com polvo seco que ele comprava em armazéns da Baixa.




Coza o polvo no tamanho que achar conveniente. Não esquecer que ele perde sempre cerca de um terço de volume.

Há muitas formas para cozinhar bem o polvo de forma a que fique muito tenro. Unânime é que se deve sempre congelar pelo menos durante 24 horas para que as fibras quebrem. 

Em minha casa sempre aprendi a pô-lo numa panela com água fria apenas para tapar o polvo ainda congelado. Por isso o polvo deve ser congelado já bem limpo. Acrescente uma cebola grande partida ao meio. Não pôr sal pois o polvo, se for fresco, já tem bastante sal. 

Um polvo de dois quilos precisa cerca de uma hora de cozedura. Espete um garfo numa perna para ver se está tenro. Se o deixar cozinhar de mais fica elástico e sem sabor, pelo que deve acompanhar o final da cozedura com algum cuidado.

Deixe-o na água a arrefecer.

Quando faço polvo com este tamanho, em minha casa dá para duas refeições. Uma de pernas cozidas, batata e ovo cozido, tudo regado com azeite e vinagre.

Com o resto do polvo faço então outra refeição: o arroz de polvo.

Faça um refogado com meia cebola. Quando estiver a alourar, junte a cebola da cozedura também picada. Misture tudo e deixe alourar bem. Junte alho picado e uma folha de louro. 

Acrescente um pouco da água da cozedura e deixe ferver alguns minutos. Junte o resto da água. Se for preciso para a quantidade de arroz que vai fazer e para que fique malandrinho, acrescente água quente.

Quando ferver, junte o arroz. Deixe cozinhar até começar a abrir e estar quase cozinhado. Junte o polvo partido aos bocados, incluindo a cabeça.

Deixe ferver novamente e junte quatro ou cindo colheres de vinagre. Prove e acrescente mais se achar necessário. Este é o truque para que o sabor fique inigualável.

Ao servir, polvilhe com salsa picada finamente.

A minha família é minhota e sempre fizemos arroz de polvo sem tomate. Aqui mais para o sul, ao refogado costuma acrescentar-se um ou dois tomates pelados e deixa-se cozinhar um pouco para ganhar sabor. Depois de estar desfeito, acrescenta-se um pouco de água e segue-se o resto da receita.

Eu já experimentei fazer com o tomate e fica um arroz muito cremoso e igualmente saboroso. Não fica é com a cor tão roxa como é característico do arroz de polvo à minhota. 



Sem comentários:

Enviar um comentário